Prêmio FCW de Ciência, Cultura e Medicina é entregue em São Paulo


A Fundação Conrado Wessel (FCW) realizou no dia 17/06, a cerimônia de entrega do Prêmio FCW de Ciência, Cultura e Medicina 2012. Nesta edição, os premiados por sua contribuição à sociedade foram o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende (em Ciência), professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); o cirurgião Marcos Moraes (Medicina), presidente da Academia Nacional de Medicina; e o maestro João Carlos Martins (Cultura).

A Fundação Conrado Wessel (FCW) realizou no dia 17/06, a cerimônia de entrega do Prêmio FCW de Ciência, Cultura e Medicina 2012. Nesta edição, os premiados por sua contribuição à sociedade foram o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende (em Ciência), professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); o cirurgião Marcos Moraes (Medicina), presidente da Academia Nacional de Medicina; e o maestro João Carlos Martins (Cultura). O evento contou com de diversos representantes da área cientifica, entre eles, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader. A cerimônia aconteceu na Sala São Paulo e foi finalizada com a apresentação da orquestra Bachiana Filarmônica Sesi-SP, com regência do maestro. “Essa apresentação é uma previa da minha volta como pianista profissional no dia 23 de novembro neste mesmo local”, disse Martins.

Todos os ganhadores ficaram emocionados e relataram a importância do prêmio para a área científica. “Só tenho a agradecer a indicação do reitor da UFPE, Anísio Brasileiro”, declarou. “Receber esse prêmio é uma grande honra, já que ele é um dos mais importantes para a ciência no Brasil. A importância dele se dá por causa do comitê que escolhe os ganhadores, que é formado por cientistas e pessoas que têm uma visão muito ampla da área.”

Muito emocionado, o maestro Martins agradeceu o prêmio e disse que o sonho se tornou realidade. “Mesmo com tantas adversidades, eu consegui transformar muitos sonhos em realidades, como por exemplo, voltar ao Carnegie Hall, quando tudo parecia perdido”, disse. “E nessa última fase da vida, procuro chegar à excelência musical, aliada ao meu trabalho de responsabilidade social. Mas, confesso que um dos meus sonhos era receber esse prêmio”. E para finalizar o discurso, o maestro disse brincando que “hoje eu até desconfio que merecia este prêmio.”

Mais contido, o doutor Marcos Moraes também agradeceu a premiação e citou outros nove médicos que também já foram agraciados com a premiação. “Este prêmio ultrapassa meus méritos pessoais, mas só é justificado se admitirmos o trabalho de todos os colaboradores que me acompanharam nessa trajetória”, disse.

Helena também concorda que o Prêmio FCW é um dos mais importantes da ciência brasileira. Para ela, a edição 11ª edição foi muito especial porque todos os premiados têm histórias incríveis e de superação. “As três histórias devem ser divulgadas para que os jovens percebam a importância de persistir e buscar seus sonhos, porque tudo é válido, independente das adversidades”, declarou.. A presidente da SBPC também ressaltou as contribuições dos premiados. “Moraes é um exemplo no seu trabalho na oncologia e na luta por um atendimento humanitário independente da classe social do paciente”, elogiou. “Rezende é um físico de grande importância no papel da política e educação. Já o maestro é uma referência mundial como o maior intérprete de Bach, além de sua própria história de superação.”

Desafios da ciência

Durante o evento, o presidente da FCW, Américo Fialdini Júnior, ressaltou que para desenvolver a pesquisa é preciso financiamento, reconhecimento e condições de vida razoáveis. “A gente faz o papel do reconhecimento, mas a área precisa de muito mais”, disse. Para ele, é necessário mais investimento para que a área científica se desenvolva. “Já foi pior, mas ainda está longe do ideal”, declarou. “A Fundação tem feito um papel de guiar a sociedade no sentido de participar mais dessa cobrança. A área cientifica é para ganhar dinheiro e não uma área para viver a reboque. Há muitas coisas que complicam o investimento na área, como por exemplo, as altas taxas tributárias do nosso país.”

Já Rezende ressaltou que outro desafio é fazer com que a sociedade reconheça as contribuições da ciência. “Há uns 40 anos não tínhamos praticamente ciência no país”, lembrou. “E como é muito nova, a sociedade não enxerga a contribuição dela para o desenvolvimento do Brasil de uma maneira clara. Ela tem dado contribuições muito importantes, como, por exemplo, a Embrapa, que fez muito para o agronegócio brasileiro, com ciência e tecnologia.” Para ele, as pessoas não têm noção de que o Brasil é competitivo por causa do seu trabalho e não por causa da nossa natureza. “Temos outros diversos exemplos que não são conhecidos”, acrescentou. “Apesar disso, nos últimos tempos os recursos para a ciência cresceram muito. Acredito que o Brasil ocupa uma posição importante no mundo, na ciência e na tecnologia cientifica.”

Prêmio de arte

A Fundação também entregou o Prêmio FCW de Arte (Fotografia). O primeiro lugar ficou para Pedro Davi, de Belo Horizonte (MG), com o trabalho “Sufocamento”. A segunda colocação foi para Mauro Restiffe, de São Paulo (SP), com “Planos da Fuga” e a terceira para Bob Wolfenson, de São Paulo (SP), com “Belvedere”. Eles receberão, respectivamente, R$ 114,3 mil, e R$ 42,8 mil (2º e 3º colocados”).

Histórico

Promovido anualmente, o Prêmio FCW de Ciência e Cultura reuniu, ao longo dos anos, uma coleção de grandes nomes na sua galeria de homenageados. Todos foram escolhidos por comissões julgadoras compostas por representantes das dez instituições parceiras do Prêmio FCW: SBPC. Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Brasileira de Letras (ABL), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Marinha do Brasil, além da prórpria Fundação Conrado Wessel.

Em Ciência, as premiações já foram concedidas a pesquisadores como Aziz Ab Saber, Carlos Henrique de Brito Cruz, Carlos Nobre, Hisako Gondo Higashi, Isaías Raw, Leopoldo de Meis, Philip Fearnside e Sérgio Mascarenhas. Em Medicina, já foram premiados Adib Jatene, Angelita Habr-Gama, César Gomes Victora, Miguel Srougi, Maria Inês Schmidt e Ricardo Renzo Brentani, entre outros. A categoria Cultura já homenageou autores como Ariano Suassuna, Ferreira Gullar, Lya Luft, Nelson Pereira dos Santos, Paulo Vanzolini e Ruth Rocha.

A FCW foi criada em 1994, após o falecimento do fotógrafo Ubaldo Augusto Conrado Wessel, que explicitou em testamento seu desejo de criar uma fundação voltada para a filantropia, o fomento e apoio às atividades culturais, artísticas e científicas no Brasil. Desde 2003, a Fundação distribui anualmente mais de R$ 1,2 milhão em prêmios, por meio do Prêmio FCW de Arte, Ciência e Cultura.

(Vivian Costa)