Uma experiência inédita de aproximação da ciência com o público está sendo realizada pela secretaria regional paraibana da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC-PB). É o “Baile de Ciência nas Favelas”, iniciativa de compartilhamento de conhecimentos com as lideranças comunitárias para ajuda-las na solução de problemas a partir do conhecimento científico.
O projeto foi idealizado pelo secretário regional da SBPC-PB, Diogo Lopes de Oliveira, e conta com a parceria da Central Única das Favelas (Cufa), organização presente em 500 municípios brasileiros e outros 17 países. Inspirado na pedagogia de Paulo Freire, o “Baile” promove encontros entre cientistas e lideranças a partir de temas escolhidos pelos próprios representantes das comunidades.
Desde o primeiro, realizado em 9 de agosto, já foram promovidos dez encontros com o mesmo formato e temas diferentes – democracia, saúde, educação, fake news, habitação, arte, política, religião e capacitismo. Devido à necessidade de distanciamento social por causa da pandemia de coronavírus, os eventos têm sido virtuais.
“A ideia não é que especialistas ‘vertam’ seus conhecimentos, mas que estes sejam construídos em conjunto com a comunidade”, definiu Oliveira, que foi eleito para a secretaria regional da SBPC na Paraíba em julho. “O projeto surgiu da necessidade de formação dos nossos líderes e da intenção de Diogo de contribuir com esse processo durante a pandemia”, recorda Kalyne Lima, vice-presidente nacional da Cufa.
Organização Não Governamental (ONG) fundada há vinte anos pelo empreendedor social Celso Athayde, o rapper MV Bill e outros personagens ligados à cultura das periferias, a Cufa atua em cinco mil favelas brasileiras promovendo atividades de educação, lazer, esportes, cultura e cidadania a partir de ferramentas como grafite, DJ, break, rap, audiovisual, basquete de rua, literatura e outras ações sociais.
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Janes Rocha – Jornal da Ciência