Presidente da SBPC faz palestra em Washington

A convite da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), a presidente da SBPC, Helena B. Nader, proferiu ontem (11) duas palestras durante a Reunião Anual da entidade, que está sendo realizada em Washington, EUA, entre os dias 11 e 15 de fevereiro. No horário do almoço, Nader fez uma apresentação sobre a evolução da ciência no Brasil, desde o início de sua institucionalização até os dias de hoje. Em seu discurso, ela falou sobre a criação e desenvolvimento de universidades e centros de pesquisa, o investimento na formação de recursos humanos, a cooperação internacional, a interdisciplinaridade, e discorreu sobre as principais políticas públicas na área de CT&I. Essa palestra foi apresentada a um grupo seleto de membros dirigentes da reunião da AAAS (Board Meeting), entre eles, a presidente da entidade, Geraldine Richmond, e a presidente emérita do MIT, Cynthia Beall, além de outras autoridades do mundo acadêmico norte-americano.
No encontro da entidade coirmã, a presidente da SBPC falou sobre a diáspora e mobilidade de cientistas brasileiros, e sobre a evolução da ciência no Brasil
A convite da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), a presidente da SBPC, Helena B. Nader, proferiu ontem (11) duas palestras durante a Reunião Anual da entidade, que está sendo realizada em Washington, EUA, entre os dias 11 e 15 de fevereiro. No horário do almoço, Nader fez uma apresentação sobre a evolução da ciência no Brasil, desde o início de sua institucionalização até os dias de hoje. Em seu discurso, ela falou sobre a criação e desenvolvimento de universidades e centros de pesquisa, o investimento na formação de recursos humanos, a cooperação internacional, a interdisciplinaridade, e discorreu sobre as principais políticas públicas na área de CT&I. Essa palestra foi apresentada a um grupo seleto de membros dirigentes da reunião da AAAS (Board Meeting), entre eles, a presidente da entidade, Geraldine Richmond, e a presidente emérita do MIT, Cynthia Beall, além de outras autoridades do mundo acadêmico norte-americano.
No início da tarde, Nader participou de um fórum organizado pelo grupo, denominado NODES, que se traduz por Redes de Diásporas em Engenharia e Ciência, que acontece pelo quarto ano durante a reunião anual da AAAS. Esse grupo é dedicado a reunir cientistas, estudantes, inovadores e especialistas em políticas públicas que residem e trabalham em países estrangeiros. O objetivo é promover a cooperação em pesquisas e incentivar a inovação entre os países de origem desses profissionais e acadêmicos, e os países onde estão residindo. O grupo acredita que os membros das diásporas podem atuar como “diplomatas da ciência, com capacidade potencial para estabelecer vínculos que possam contribuir com a solução de problemas globais, promover o desenvolvimento científico, e a melhoria da qualidade de vida em todo o planeta”.  O NODES é resultado de uma parceria entre o Departamento de Estado dos EUA, a AAAS, a Academia Nacional de Ciências (NAS) e a Academia Nacional de Engenharia (NAE).
Em sua palestra, a presidente da SBPC discorreu sobre a experiência brasileira com diásporas e mobilidade de cientistas, tanto sobre a residência de brasileiros em universidades e centros de pesquisa de outros países, como também a presença de pesquisadores e professores universitários estrangeiros no Brasil. Nader lembrou que as principais universidades brasileiras evoluíram com a presença marcante de professores e pesquisadores visitantes estrangeiros, que a partir das primeiras décadas do século passado lecionaram e organizaram grupos de pesquisa em várias instituições do País. Também salientou que a formação de recursos humanos na área acadêmica deveu-se, em grande parte, à colaboração estabelecida entre cientistas brasileiros e parceiros em outros países, sobretudo nos Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra, China, entre outros. 
O Brasil também foi palco de diásporas de cientistas causadas por guerras e governos opressores. Nader comentou que, durante a 2ª. Guerra Mundial, muitos cientistas judeus vieram para o Brasil e se estabeleceram no País, onde foram recebidos nas universidades e centros de pesquisa, sobretudo no Estado de São Paulo. Também lembrou que durante o governo militar, entre 1964 e 1984, muitos professores e cientistas brasileiros foram forçados a deixar o País, pois estavam sendo perseguidos por suas posições políticas contrárias à ditadura em vigor. Felizmente, com o advento de um governo democrático, a maioria retornou e passou a ter papel de protagonismo na ciência, na economia e na política brasileira.
A presidente da SBPC mostrou aos participantes do fórum NODES que a residência de cientistas brasileiros em outros países têm promovido diversas ações colaborativas e de intercâmbio. Exemplos são os grupos de diáspora criados na região de Boston, em Massachussetts, que já reúne cerca de 300 pesquisadores brasileiros residentes e engajados em universidades locais. Aqui no Brasil, em 2014, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), criou a Rede Diáspora do Brasil, com o objetivo de estruturar uma rede colaborativa de profissionais brasileiros como engenheiros, professores, e cientistas, de modo a fomentar novos projetos em áreas intensivas do conhecimento e da tecnologia.
Engajamento global da ciência
Para os organizadores da Reunião Anual da AAAS, a “ciência é um empreendimento global que avança quando o conhecimento é tanto gerado como compartilhado. Cada vez mais cientistas e engenheiros estão trabalhando tanto dentro como fora das fronteiras nacionais, em questões locais e globais. São inúmeros os desafios que necessitam de inovação e cooperação científica internacional, em áreas como segurança de alimentos e água, desenvolvimento sustentável, doenças infecciosas e saúde, mudanças climáticas, desastres naturais, e energia”. Essas questões permeiam os debates que estão acontecendo durante o encontro da AAAS em Washington, que tem como tema central o “Engajamento Global da Ciência”.
O envolvimento da SBPC com a AAAS tem se intensificado ao longo dos últimos anos, desde que foi criado um grupo de entidades coirmãs de diversos países além do Brasil e dos Estados Unidos. A cada ano, os dirigentes das sociedades nacionais participam de reuniões em diferentes países, onde têm a oportunidade de compartilhar experiências e estabelecer parcerias. Representantes da AAAS, da EuroScience, e de outros países têm participado das reuniões anuais da SBPC nos últimos quatro anos.
Informações sobre a reunião anual da AAAS podem ser acessadas em: http://meetings.aaas.org/program/meeting-theme/#sthash.HeH03Hzt.dpuf
Fabíola de Oliveira – SBPC