Auto-historiografia modernista: a opinião dos documentos

O alvoroço em torno do centenário da Semana de 22 pouco tem contribuído para o estranhamento do modernismo paulista e de sua história triunfalista. Confira em artigo da nova edição da revista Ciência & Cultura

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As celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna têm suscitado uma intensa produção acadêmica e midiática sobre o tema. Apesar disso, todo o alvoroço ainda pouco tem contribuído para desmobilizar ou esvaziar o grande evento modernista como uma construção ideológica e crítico-historiográfica. Isso é o que aponta o artigo especial da nova edição da revista Ciência & Cultura: A semana de Arte Moderna e o Século Modernista — Extensões.

Para Marcelo Moreschi, professor de Literatura Brasileira e de Teoria Literária no Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), toda a movimentação atual acerca da Semana de 22 acabam por repor a naturalidade da categoria, como se ela não fosse construção histórica situada e, assim, passível de desmobilização. Segundo o pesquisador, é preciso reconhecer o grande feito modernista de elaborar eficazmente uma auto-historiografia, tomada como entidade e representação do Brasil moderno – mas isso só é possível se a própria história do modernismo brasileiro for considerada uma construção.

“É muito interessante notar como o alvoroço atual em torno do centenário de 1922, sobretudo quando é motivado por propósitos críticos, segue o roteiro estabelecido pelo paradigma da celebração. Para incluir agora identidades, locais e socii na grande narrativa da modernização autoritária do Brasil que os excluíra, reforça-se o marco, hiperinflacionando-o com supostas correções democratizantes. É preciso pensar em que medida o alvoroço revisionista e reivindicatório pode efetivamente ter sentido crítico quando realizado assim da mesma forma pela qual se edifica o monumento”, afirma Moreschi, em artigo para a revista.

Leia o artigo completo em:

https://revistacienciaecultura.org.br/?p=2422