Aziz Ab’Sáber: o geógrafo brasileiro que inovou as pesquisas sobre a Amazônia

Pesquisador defendia visão social, política e ecológica na proteção e manutenção das florestas. Confira em reportagem da edição especial da Ciência & Cultura

WhatsApp Image 2024-05-08 at 09.36.41

No final do século XX, um chamado global para mitigar os impactos das atividades humanas nos ecossistemas deu origem a iniciativas pioneiras. Em 1988, a ONU endossou a formação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para abordar as mudanças climáticas, enquanto uma conferência em Hamburgo lançou um desafio ao Brasil: liderar um projeto de reflorestamento. Respondendo a esse desafio, pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), incluindo Aziz Ab’Sáber, conceberam o ambicioso projeto Floram Amazônia. Isso é o que discute reportagem da edição especial da Ciência & Cultura, que celebra o centenário do geógrafo.

Ab’Sáber, renomado geógrafo e ambientalista, dedicou décadas à pesquisa e ao ensino, destacando-se por sua visão interdisciplinar e compromisso social. Sua influência foi crucial para unir empresários e acadêmicos em prol da biodiversidade. “Defendia tolerância zero com os devastadores, não negociava porcentagens de redução e evitava que os espaços da Amazônia virassem mercadorias”, observa Jacques Marcovitch, professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, além de colega de trabalho e amigo de Ab’Sáber. “Julgava indispensável enxergar toda a área como um conjunto de fatores sociais e políticos, físicos e ecológicos, tendo como pano de fundo uma lamentável ‘filosofia da devastação’ então, ali, dominante”, finaliza.

Apesar do potencial revolucionário, o Floram enfrentou obstáculos financeiros e logísticos, e após 25 anos, ainda não foi implementado. No entanto, seu legado inspirou projetos futuros, incluindo iniciativas globais de reflorestamento. “O Floram foi um precursor das ideias correntes de plantar um trilhão de árvores nas florestas devastadas no mundo (em particular na Amazônia) para resolver ou atenuar o problema da recaptura de carbono já lançado na atmosfera”, comenta José Goldemberg, que já foi reitor da USP e presidente da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), citando um projeto em desenvolvimento pelo Instituto Tecnológico de Zurich.

Leia a reportagem completa:

https://revistacienciaecultura.org.br/?p=5915

Ciência & Cultura