Cesar Lattes, a colaboração Brasil-Japão e a física de partículas elementares

Artigo da nova edição da Ciência & Cultura discute como cooperação científica entre os dois países rendeu frutos para além da física

whatsapp-image-2024-03-21-at-9-23-29-amNa busca pelos mistérios da física nuclear e das partículas elementares, surge o conceito de “fireball” (bolas de fogo, em português), uma região energética e densa que se forma em eventos nucleares específicos, como as colisões de íons pesados relativísticos. Nesses impactos, a liberação intensa de energia resulta em um estado inicial efêmero de matéria, descrito como uma “bola de fogo” devido às altíssimas temperaturas e densidades alcançadas. A pesquisa em física nuclear de altas energias, também conhecida como física de partículas elementares, concentra-se em compreender esses estados extremos da matéria. E a parceria entre o Brasil e o Japão colaborou não apenas para o desenvolvimento da área, mas rendeu frutos para além da física. Isso é o que discute artigo da nova edição da Ciência & Cultura, que celebra o centenário do físico brasileiro César Lattes.

Experimentos em aceleradores de partículas, como o renomado Grande Colisor de Hádrons (LHC) do CERN, visam desvendar as propriedades fundamentais da matéria e as transições de fase em níveis energéticos elevados. A análise das “bolas de fogo” é crucial nessa jornada para decifrar os primórdios do Universo e os fenômenos extremos das colisões de partículas. “A análise da ‘bola de fogo’ figura como elemento essencial nessas investigações, que buscam decifrar os primórdios do Universo e os fenômenos extremos associados às colisões de partículas de elementares”, aponta Antonio Augusto Passos Videira, professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

No âmbito da Colaboração Brasil-Japão (CBJ), da qual Cesar Lattes foi peça-chave, os estudos em Chacaltaya, na Bolívia, buscaram coletar dados empíricos em energias ultrapassando as limitações dos maiores aceleradores de partículas, visando avançar além da descrição fenomenológica para uma compreensão substancial dos processos.

Para a CBJ, a natureza é dinâmica, e a ciência, em sua constante evolução, consegue desvelar novidades desconhecidas. Essa abordagem não reducionista, adotada por físicos brasileiros e japoneses, destaca o papel fundamental da investigação científica na compreensão da natureza, destacando a “fireball” como uma etapa intermediária para desvendar as leis fundamentais do Universo. “Os princípios que norteavam a CBJ estabeleciam que a natureza é dinâmica, o que faria com que – ao menos, em princípio – a ciência fosse capaz de apresentar novidades até então desconhecidas”, conclui Antonio Videira.

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