Coronavírus: Diretoria da SBPC em Defesa da Vida e da Ciência

Em vídeo lançado nesta terça-feira, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, os nove diretores da SBPC destacam iniciativas de suas áreas de pesquisa, instituições e regiões, e reforçam, em uníssono, o pedido para que as pessoas fiquem em casa durante o período de quarentena

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lança nesta terça-feira, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, o vídeo “Coronavírus: Diretoria da SBPC em Defesa da Vida e da Ciência”. Enfatizando a importância do isolamento social – orientação das entidades internacionais e nacionais de saúde e ciência para o controle da disseminação do coronavírus -, os nove diretores da SBPC destacam iniciativas de suas áreas de pesquisa, instituições e regiões, e reforçam, em uníssono, o pedido para que as pessoas fiquem em casa durante o período de quarentena.

No vídeo, Ildeu de Castro Moreira, presidente da SBPC e professor do Instituto de Física da UFRJ, ressalta que a ciência e a tecnologia são fundamentais para o enfrentamento da pandemia e suas consequências para a sociedade brasileira. “A ciência conseguirá, mas este é um processo complexo que pode demorar algum tempo. O sistema de saúde deve ser fortalecido, os profissionais de saúde, pesquisadores e técnicos devem ser apoiados pelo poder público e ter condições de trabalho  e recursos adequados.”

A relevância das ciências humanas e sociais no enfrentamento da pandemia é destacada no depoimento da vice-presidente da SBPC, Fernanda Sobral:  “Além dos perigos à vida humana, os impactos sociais e econômicos serão enormes”, diz a professora aposentada e Colaboradora Sênior do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UnB.

Aldo Malavasi, professor titular aposentado do Departamento de Genética do Instituto de Biociências da USP, e também vice-presidente da SBPC, destaca as oportunidades de parcerias internacionais e afirma que é muito importante o País atuar conjuntamente a essas organizações, “especial mente seguir as orientações da OMS a respeito dessa pandemia.”

Paulo Hofmann, professor titular aposentado do Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética da UFSC, conta sobre a força tarefa que a SBPC em Santa Catarina articulou entre os cientistas para o enfrentamento da pandemia para contribuir com as autoridades do Estado. “Seria muito importante que ações como esta também ocorresse em outros estados”, afirma o secretário-geral da SBPC.

Munida de gráfico que evidencia  a rápida evolução dos casos de covid-19 no Brasil, Lucile Maria Floeter Winter, professora titular do Departamento de Fisiologia do IB/USP e tesoureira da SBPC, chama a atenção para os estudos na área de epidemiologia, que permitem fazer previsões sobre grandes surtos como o da covid-19. “Vamos acreditar na ciência, não deixe essa curva crescer mais. Fique em casa!”, alerta.

Sidarta Ribeiro, professor titular de Neurociências e diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pede que as pessoas mantenham a calma e a confiança na ciência neste momento. “Novos remédios estão sendo descobertos e vacinas estão sendo desenvolvidas. Mas tudo isso leva tempo e é preciso investimentos vigorosos na pesquisa científica”, enfatiza o secretário da SBPC.

Já a secretária da SBPC, Claudia Linhares Sales, relata a iniciativa de governadores dos estados do Nordeste, que lançaram ano passado o Consórcio Nordeste, para articular ações conjuntas e compartilhar experiências. E agora criaram uma comissão científica para assessorá-los na tomada de decisões nas ações de enfrentamento da pandemia causada pelo coronavírus. “O Brasil daria um enorme passo nessa batalha se à semelhança de outros países como a França e Reino Unido, criasse uma comissão científica nacional com a mesma finalidade”, observa Linhares, que é também professora titular da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Vera Maria Fonseca de Almeida e Val, pesquisadora sênior do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA-MCTIC) e secretária da SBPC, manifesta a preocupação com as populações isoladas – indígenas, quilombolas e ribeirinhos -, que têm, em geral, menor imunidade e dificuldade de acesso à saúde. “Precisamos isolar essas comunidades ao máximo e não deixar que o vírus chegue até elas”, reforça.

Roseli de Deus Lopes, professora associada da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e segunda tesoureira da SBPC enfatiza que se não forem respeitadas as orientações de distanciamento físico da OMS e do Ministério da Saúde, o número de internações em decorrência da covid-19 crescerá muito rápido e hospitais não possuem estrutura para atender uma demanda tão alta. “Temos que reduzir drasticamente a velocidade de contágio”, alerta.

O vídeo “Coronavírus: Diretoria da SBPC em Defesa da Vida e da Ciência” está disponível no canal da SBPC no YouTube,  neste link,  e pode ser compartilhado livremente.

Jornal da Ciência