Cortes podem prejudicar o desenvolvimento do País

Participantes da campanha "Ciência, pra que ciência?", lançada pela SBPC e que já recebeu quase 100 vídeos, relatam o quanto os cortes podem impactar nas pesquisas e no desenvolvimento econômico e social do País. Participe também!

Participantes da campanha “Ciência, pra que ciência?” relatam que os cortes nas verbas para ciência podem prejudicar pesquisas importantes para o desenvolvimento do País. Lançada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a iniciativa já conta com quase 100 vídeos (veja aqui todos os depoimentos já enviados). O objetivo é chamar a atenção para o impacto que as pesquisas têm no desenvolvimento econômico e social do Brasil e como os cortes severos impostos pelo governo às duas principais agências de fomento do País – Capes e CNPq – impedem o desenvolvimento de estudos importantes para o Brasil, comprometem o futuro da ciência e dos cientistas e trazem prejuízos para toda a população.

Rozane Valente Marins, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), é uma das participantes da campanha que afirma esses cortes podem impactar e prejudicar a continuidade de pesquisas, recursos essenciais para o desenvolvimento científico do País. “Estes cortes do CNPq agravam ainda mais o cenário da pesquisa nacional, porque eles somam aos cortes da Capes, Finep e das universidades públicas. E as universidades públicas são os locais onde se constituem mais de 80% das pesquisas científicas. Esses cortes não só prejudicam a própria pesquisa, como o desenvolvimento na formação de pessoas, desde a graduação até a pós-graduação”, comenta em seu depoimento.

Larissa do Rego Barros Matos, que desenvolve seu projeto de pós-doc no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, reforça o coro de que os cortes vão prejudicar a população brasileira. “A minha pesquisa consiste em investigar as bactérias do nosso corpo, a microbiota, e a sua correlação com a nossa genética e o ambiente em que a gente vive. É importante estudar as microbiotas porque há evidências de que essas bactérias contribuem para o surgimento de algumas doenças, como Parkinson, Alzheimer e autismo. O meu projeto é todo custeado pelo CNPq, que vai desde a compra dos materiais e equipamentos até o pagamento da minha bolsa, o que permite que eu tenha dedicação exclusiva a esse projeto. Os cortes do CNPq vão impedir que a minha pesquisa seja desenvolvida e impedirá que a gente tenha futuramente equipamentos de diagnóstico que contribuam para o diagnóstico personalizado dessas doenças”, afirma.

Participe das ações da SBPC em defesa a ciência brasileira

A SBPC convida todos os estudantes e pesquisadores, desde a iniciação científica até a pós-graduação, bolsistas e ex-bolsistas, profissionais de todas as áreas e todos os amigos da ciência a participar da campanha e compartilhar suas histórias, que serão amplamente divulgadas nas redes sociais da entidade. Basta gravar um breve vídeo, com duração de 30 segundos a um minuto, acessar este link, preencher um breve formulário e seguir as instruções para carregá-lo. O depoimento pode ser gravado em celular mesmo, em alta definição, com o aparelho na horizontal.

A campanha “Ciência, pra que Ciência?” soma forças às intensas manifestações que a SBPC, com apoio de outras entidades científicas do País, vem realizando em defesa dos recursos para a viabilização da Ciência no Brasil, como o abaixo-assinado online #SomosTodosCNPq. A petição foi entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia em agosto. Ela continua disponível neste link para quem ainda quiser assinar. Falta muito pouco para chegar a 1 milhão de assinaturas – ajude a chegarmos a esta importante marca!

Envie seu vídeo para a campanha “Ciência, pra que Ciência?” aqui.

Os vídeos estão sendo publicados diariamente nas redes sociais da SBPC e disponibilizados também em uma playlist da TV SBPC, no YouTube.

Vivian Costa – Jornal da Ciência