“Eduardo Campos era um interlocutor da C,T&I”

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lamenta profundamente a morte do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, na manhã de 13 de agosto, e considera a sua partida uma grande perda para a área de educação, ciência e tecnologia. No último dia 5 de agosto, 3ª. feira, Eduardo Campos esteve reunido com a comunidade científica na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, para apresentar suas propostas de governo. Na oportunidade, Campos afirmou que quando foi ministro da CT&I, ele e os ministros que o sucederam, também no mesmo governo, buscaram tratar a CT&I como política de Estado.
A SBPC acredita que Eduardo Campos tinha visão ampla e boas propostas para a área
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lamenta profundamente a morte do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, nesta manhã, e considera a sua partida uma grande perda para a área de educação, ciência e tecnologia.

No último dia 5 de agosto, 3ª. feira, Eduardo Campos esteve reunido com a comunidade científica na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, para apresentar suas propostas de governo. Na oportunidade, Campos afirmou que quando foi ministro da CT&I, ele e os ministros que o sucederam, também no mesmo governo, buscaram tratar a CT&I como política de Estado. Estava se referindo aos ex-ministros Roberto Amaral e Sérgio Machado Rezende, também presentes ao encontro na ABC.
O candidato discorreu sobre as principais metas que buscaria cumprir, caso fosse eleito presidente. Destacou os seguintes compromissos nas áreas de educação e CT&I: atingir a meta de investimento de 2% do PIB para o setor; valorizar e reativar o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), como principal fórum de diálogo entre o governo e os cientistas; recuperar o fundo CT-Petro para a área de CT&I; criar câmaras técnicas no âmbito do CCT para exercer controle e dar transparência aos investimentos em CT&I; lutar contra a burocracia que entrava as atividades científicas, e pelo regime de compras diferenciado para aquisição de insumos e materiais necessários à pesquisa, e antecipar algumas metas explícitas no Plano Nacional de Educação (PNE), como o estabelecimento do período integral para o ensino médio público em todo o País.
Campos foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação entre janeiro de 2004 e julho de 2005, durante o primeiro mandato do governo Lula. Durante sua gestão frente ao MCTI reelaborou o planejamento estratégico, revisou o programa espacial brasileiro e o programa nuclear. Também tomou iniciativas que repercutiram internacionalmente, como a articulação e aprovação do programa de biossegurança, que permite a utilização de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa e de transgênicos. Obteve unanimidade no Congresso para aprovar a Lei de Inovação Tecnológica, resultando no marco regulatório entre empresas, universidades e instituições de pesquisa. Outra ação importante à frente da pasta, foi a criação da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – considerada a maior olimpíada de Matemática do Mundo em número de participantes.
Por estes motivos, consideramos que o candidato Eduardo Campos foi um grande interlocutor para a área, e representava uma promessa para a ciência e tecnologia. Não sabemos se, caso eleito, cumpriria ou não os compromissos assumidos perante cientistas e pesquisadores. Só podemos esperar que sua passagem leve à reflexão sobre a necessidade de uma mudança radical no modo de fazer política em nosso País, e que isto se reflita na melhoria da qualidade da educação, ciência e tecnologia, de modo que estas se prestem ao desenvolvimento e ao bem estar de todas as pessoas. Era esta a promessa que Eduardo Campos representava.
(SBPC)