Eleições 2023 na SBPC: Propostas de trabalho das candidaturas

Confira a proposta de Paulo Artaxo, candidato à vice-presidência

A SBPC deu início na segunda-feira (29) ao processo de votação das Eleições 2023 para os cargos da Diretoria (biênio 2023-2025), parte do Conselho (quadriênio 2023-2027) e das Secretarias Regionais (biênio 2023-2025).

Como em eleições anteriores, os candidatos podem enviar um texto resumido (de até 5.000 caracteres) com a apresentação de sua proposta de trabalho para o cargo a que está se candidatando. As propostas ficarão disponíveis aos sócios na página das eleições: http://portal.sbpcnet.org.br/eleicoes-2023/ e publicados no JC Notícias (que todos os sócios ativos recebem).

Os documentos serão divulgados por ordem de recebimento. Os candidatos podem enviar sua proposta para o e-mail comissaoeleitoral2023@sbpcnet.org.br.

Leia a proposta de trabalho de Paulo Artaxo, candidato à vice-presidência:

Plano de Trabalho SBPC – Vice-presidência – Paulo Artaxo

O Brasil acabou de sair de um período em que a Ciência, a Educação e a Cultura sofreram reveses importantes. Os últimos quatro anos foram de ataques deliberados e sucessivos cortes de verbas para manter e promover essas áreas. Com o resultado da eleição para o poder executivo, sobretudo na gestão federal, havia uma expectativa de mudança de rota. Contudo, o Congresso Nacional continua atuando a fim de penalizar essas áreas, tão estratégicas para reduzir as desigualdades sociais e fomentar o desenvolvimento sustentável no país.

Nesta luta da sociedade, a SBPC joga um importante papel fomentando discussões amplas sobre questões cruciais e em defesa da democracia. Tivemos uma intensificação de desinformação e fake news, que precisa ser combatida continuamente. Aprimorar os instrumentos de divulgação da ciência, portanto, é uma tarefa essencial para a SBPC. Também é primordial trabalhar pela redução das enormes desigualdades regionais em nosso país, especialmente nas áreas de educação, ciência e tecnologia, para minimizar os danos em todos os níveis.

Na política científica, devemos lutar não somente por mais recursos (o que é fundamental), mas, também, por uma aplicação eficiente dos recursos existentes. As unidades de pesquisas do MCTI, por exemplo, estão em seu menor nível de atividade das últimas décadas, necessitando urgentemente de injeção de pessoal e de melhoria em infraestrutura. Além disso, é preciso desburocratizar a ciência, tornando os processos mais ágeis e eficientes – da importação de insumos a instrumentos que facilitem a mobilidade de pesquisadores no Brasil.

Por fim, mas não menos importante, a valorização de professores, pesquisadores e técnicos precisa ser uma política de Estado. Os salários estão muito defasados e necessitam de correções urgentes, mas, para que essa política seja realmente implementada, é fundamental um planejamento na perspectiva de longo prazo. Os valores de bolsas, mesmo após a correção feita recentemente, estão extremamente defasados, e precisam ser aumentados significativamente. No âmbito dos conselhos federal e estaduais em que a SBPC atua, vamos trabalhar para que esses princípios sejam aplicados, em prol da construção de uma sociedade mais justa e sustentável em nosso país.

Jornal da Ciência