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Ciência Sem Fronteiras: avanços e recuos

“Foi a experiência mais incrível que eu já tive na minha vida”. O depoimento carregado de orgulho e satisfação do recém-formado em Estatística pela Universidade de Rondônia, Bruno Soares, traduz como foi sua participação no programa Ciência Sem Fronteiras. Ele contou sua história na tarde deste sábado (27), durante a 66ª Reunião Anual da SBPC, no Acre. Em 2012, Bruno embarcou para a Espanha, rumo à Universidade de Valladolid, onde cursou sete disciplinas. “No início não foi fácil, inclusive por conta da língua estrangeira. Por isso fui reprovado em todas as disciplinas que me inscrevi e quase desisti. Depois recuperei e consegui concluir”, contou ele que acaba de ser aprovado em um concurso e será professor universitário.
Especialistas apontam os aperfeiçoamentos para o programa e estudantes relatam suas experiências acadêmicas e pessoais fora do País
“Foi a experiência mais incrível que eu já tive na minha vida”. O depoimento carregado de orgulho e satisfação do recém-formado em Estatística pela Universidade de Rondônia, Bruno Soares, traduz como foi sua participação no programa Ciência Sem Fronteiras. Ele contou sua história na tarde deste sábado (27), durante a 66ª Reunião Anual da SBPC, no Acre.
Em 2012, Bruno embarcou para a Espanha, rumo à Universidade de Valladolid, onde cursou sete disciplinas. “No início não foi fácil, inclusive por conta da língua estrangeira. Por isso fui reprovado em todas as disciplinas que me inscrevi e quase desisti. Depois recuperei e consegui concluir”, contou ele que acaba de ser aprovado em um concurso e será professor universitário.
 “Fiquei fascinado pelo sistema educacional de lá, que consegue equilibrar de forma integrada as aulas teóricas e práticas”, disse Bruno, que ao chegar à instituição espanhola encontrou o calendário acadêmico pronto já com as datas de todas as provas definidas, ao longo do ano. Quando voltou para o Brasil, ele conseguiu encaixar todas as disciplinas que cursou na Espanha. “Coloquei todas como optativas, até porque nem todos os créditos que fiz foram em sala de aula, teve muita coisa em laboratórios e bibliotecas”, contou.
Integração e autoconfiança
Para a jovem Ana Rosa, que fez parte de seu curso de Engenharia de Materiais na cidade de Essen, na Alemanha, pelo Ciência Sem Fronteiras, a integração e a autoconfiança foram os principais aprendizados. “Foi uma grande aposta que fizeram na gente, por isso me esforcei para corresponder. Ganhei autoconfiança, pois essa foi uma experiência de integração pessoal, pela convivência com pessoas de outros países,”, explicou.
Ana é de Marabá, formada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), onde passou em primeiro lugar para o curso de Engenharia de Materiais. Durante o intercâmbio, ela cursou e foi aprovada em 11 disciplinas, incluindo Teatro Inglês. Ao voltar para o Brasil, oito matérias foram aproveitadas por sua universidade. “Entendo e respeito os critérios da minha instituição de ensino, mas é uma pena não ter essa mesma oportunidade aqui, ter a liberdade de incluir Teatro Inglês, por exemplo, como disciplina”, lamentou. De olho num mestrado também na Alemanha, Ana Rosa quer crescer, mas pretende retribuir para seu País. “É importante voltar para o Brasil”, disse.
Aperfeiçoamentos
No debate que antecedeu o relato dos ex-bolsistas do Ciência Sem Fronteiras, os professores Euclides de Mesquita Neto, da Unicamp; Elizabeth Balbachevsky, da USP; e Fernanda Sobral, da UnB, discutiram os principais avanços e recuos do programa, desde a sua criação em 2011.
A professora Fernanda Sobral, que coordenou o encontro, explicou não encarar como recuos e sim pontos que precisam ser aperfeiçoados. “Os aperfeiçoamentos já estão ocorrendo. Nesse debate mostramos mais do que avanços e recuos. Avançamos sim nas questões acadêmicas. Isso ficou claro no depoimento dos ex-bolsistas que relataram o aprendizado da língua estrangeira e o fato deles terem vivenciado outro modelo de universidade”, afirmou. 
Ela lembrou também os avanços para as universidades e para o lado pessoal, pela convivência com outras culturas, ter que sair da zona de conforto e se virar sozinho. “Isso ficou muito claro no relato das histórias. Para as universidades a possibilidade de ampliara as cooperações internacionais, ampliar a sua internacionalização. É um avanço diferenciado e importante, sobretudo para as instituições de pequeno porte no Brasil, que ainda não tinham essa experiência. As outras – as grandes – já tinham a experiência que foi ampliada”, explicou.
(Edna Ferreira/Jornal da Ciência)