Fernanda Sobral recebe título de professora emérita da UnB

Em discurso, a socióloga e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência destacou necessidade de integração entre as diversas ciências e declarou que atuação junto à SBPC permitiu transformar “objeto de estudo em objeto de luta”

unb-fernanda-sobralA socióloga Fernanda Antônia da Fonseca Sobral, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) recebeu nesta terça-feira (24) o título de professora emérita da Universidade de Brasília (UnB) por sua contribuição para o desenvolvimento de pesquisa, ensino, extensão, serviços universitários e políticas públicas.

Professora aposentada e colaboradora sênior do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UnB, Sobral é também membro do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho da Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias (Esocite).

O título de professora emérita foi entregue pela reitora da UnB, Marcia Abrahão Moura, em cerimônia virtual que contou com a participação de Carlos Benedito Martins, professor do Departamento de Sociologia, Artur Trindade Maranhão Costa, diretor do Instituto de Ciências Sociais e do presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro. Convidados, professores e colegas de Sobral, Maria Stela Grossi Porto; Gilberto Lacerda Santos, Maria Francisca Pinheiro Coelho e Rosana Naves participaram da homenagem, bem como sua irmã Isaura Lucia Sobral, que também é professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Em discurso, Fernanda Sobral disse que sua produção acadêmica se orientou por alguns eixos, entre eles as condições de produção de conhecimento, concepções de educação, políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), de pós-graduação e desenvolvimento de ciências sociais. Defendeu a valorização da ciência para o avanço do conhecimento e, ao mesmo tempo, para o atendimento de necessidades coletivas e demandas sociais.

Para Sobral, a atuação junto à SBPC permitiu estabelecer um diálogo entre as ciências exatas e humanas, cuja integração considera fundamentais para o avanço científico como um todo.  Foi ainda uma oportunidade de transformar “objeto de estudo em objeto de luta”.

“No âmbito da SBPC tive uma convivência muito rica com outras áreas do conhecimento o que tem me permitido dialogar e entender as necessidades, tanto das CHSSALA (Ciências humanas, sociais, sociais aplicadas, letras e artes), mas também outros campos científicos, o que tem me mostrado a importância da integração entre as ciências e ficou muito visível agora com a pandemia”.

Sobral falou ainda sobre o contexto atual de desvalorização da ciência de modo geral, não só pelo negacionismo, mas também pelos poucos recursos financeiros destinados à área pelo governo, o que é indicado por orçamentos cada vez menores aprovados no Congresso.

“O negacionismo científico também se constata atualmente pelas perseguições a pesquisadores em função de seus temas de estudos ou publicação de resultados de pesquisas e na dificuldade de acesso a certas informações e dados estatísticos como se pode observar nas restrições para realização do censo demográfico”, acrescentou.

Emocionada, Fernanda Sobral agradeceu à família, aos filhos e as netas. “Olhando para elas e todas as crianças desse imenso Brasil é que luto por um país mais justo, com maior valorização da ciência e educação”.

Assista à cerimônia na íntegra pelo canal da UnB no Youtube

Jornal da Ciência