Frente parlamentar discute situação dos institutos de pesquisa

Em comemoração à data, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizou a cerimônia de entrega do 1º Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher. Porcionatto relembrou que Carolina Bori foi a primeira mulher a ser presidente da SBPC

A Frente Parlamentar em Defesa das Instituições Públicas de Ensino, Pesquisa e Extensão realizou nesta quarta-feira (12/2) a primeira reunião de 2020. Com o tema “Em defesa do conhecimento”, profissionais do ensino superior e pesquisa do Estado de São Paulo debateram a situação do setor nos dias de hoje.

A frente parlamentar é coordenada pela deputada Beth Sahão (PT), que avaliou a importância do trabalho: “A ciência, tecnologia e produção do conhecimento estão sob franco ataque nos últimos tempos neste país. É importante ter essas frentes que reúnem profissionais de vários setores, seja dos institutos de pesquisa, seja das universidades, para que façam um front de defesa e de resistência em relação a essa retirada de recursos, de investimentos, inclusive de privatizações propostas pelo governo Doria, no caso dos institutos estaduais”.

Dora Colariccio, pesquisadora do Instituto Biológico, defendeu a permanência do Instituto de Pesca no Parque da Água Branca. “O governo estadual tem a ideia de privatizar todos os parques estaduais. Uma das consignações em vista é do Parque da Água Branca, onde funciona o Instituto de Pesca. Existe uma possibilidade de ser transferido para o Instituto Biológico. Os institutos têm missões diferentes, cada um deles tem seu endereço, sua característica, sua individualidade. Queremos discutir as possibilidades de salvar os institutos nos seus locais de origem”, falou a pesquisadora.

João Chaves, presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), afirmou que os sindicatos e associações da área da educação estão se mobilizando para realizar uma greve geral. Um dos motivos da mobilização, segundo ele, é defender as instituições públicas de ensino e a classe trabalhadora que seria prejudicada com a aprovação da Reforma da Previdência.

11 de fevereiro – Dia da Mulher Cientista

Marimélia Porcionatto, docente da Unifesp, destacou o fato de que a mesa do evento foi formada majoritariamente por mulheres e lembrou que o dia 11 de fevereiro foi instituído pela Unesco como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Em comemoração à data, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizou a cerimônia de entrega do 1º Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher. Porcionatto relembrou que Carolina Bori foi a primeira mulher a ser presidente da SBPC.

A pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Ros Mari Zenha também considerou haver um sucateamento da classe científica. “O que será do Estado de São Paulo quando o sistema científico e de inovação estiver sucateado? Isso é uma questão de Estado e não uma questão ideológica”, manifestou a pesquisadora.

Também estavam presentes no evento Helena Goldmann e Rodrigo Medina, presidente do ANDES, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior.