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Especialistas falam do impacto da pós-graduação

No mesmo dia em que inaugurou o Instituto de Medicina Tropical, na última sexta-feira (21/02), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realizou a mesa redonda, sob o título "O impacto da pós-graduação no desenvolvimento científico brasileiro", com a participação do vice-presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Lívio Amaral, e da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, coordenado pela reitora da universidade, Ângela Maria Paiva Cruz.
O vice-presidente da CAPES, Lívio Amaral, e a presidente da SBPC, Helena Nader participaram de debate sobre o desenvolvimento científico brasileiro
 
No mesmo dia em que inaugurou o Instituto de Medicina Tropical, na última sexta-feira (21/02), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realizou a mesa redonda, sob o título “O impacto da pós-graduação no desenvolvimento científico brasileiro”, com a participação do vice-presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Lívio Amaral, e da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, coordenado pela reitora da universidade, Ângela Maria Paiva Cruz.
 
Na ocasião, Lívio Amaral discorreu sobre “O papel da pós-graduação na consolidação da ciência no Brasil”, e falou sobre os objetivos do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) da CAPES, entre eles estão a formação de recursos humanos qualificados; o fortalecimento de bases científicas, tecnológicas e de inovação; a certificação da qualidade da pós-graduação; e a identificação e orientação para induzir a expansão dos programas. Amaral fez questão de mostrar a evolução da execução orçamentária de quase 420% de 2004 a 2013, além do avanço de 1.106% no fomento à pós-graduação e de 262% nos portais de periódicos.
 
Já a presidente da SBPC, Helena Nader, que falou sobre “Educação e Ciência: conquistas e desafio”, disse que o sistema de avaliação rigoroso vinculado ao financiamento está entre os acertos que levaram ao crescimento da pós-graduação no país. “Medicina e Odontologia são as áreas que mais produzem teses porque a avaliação é constante”, disse.
 
Avanço da produção científica 
De acordo com Helena, a produção científica brasileira hoje é responsável por 2,7% no contexto mundial, ocupando o 13º lugar no ranking, baseado nos artigos publicados em revistas indexadas. Já em inovação, fica na 58ª colocação entre 141 países, segundo a Organização Mundial de Propriedade Intelectual.
 
Como desafios, a presidente da SBPC citou a melhoria da educação científica, com finalidades na redução das desigualdades; a divulgação dos resultados para a sociedade, para mostrar como a ciência está próxima do cotidiano; e o avanço nas cooperações internacionais.
 
Por sua vez, ao discorrer sobre a “UFRN do século XXI”, a reitora da UFRN, Ângela Paiva, mostrou que a instituição possui hoje 66 cursos de mestrado e 33 cursos de doutorado.
 
Com base em pesquisa, Ângela destacou a evolução do grupo de projetos produzidos pela universidade, de 150 grupos, em 2003, para 326 em 2013, representando alta de 117,3%. Em relação aos pedidos de patentes, em 2004, foram registrados dois pedidos, número que chegou a 53 em 2012. “Esse crescimento revela que o perfil dos nossos pesquisadores mudou, após a criação do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). A subida vertiginosa revela uma preocupação com a pesquisa aplicada, além da produção de artigos científicos.”
 
Inauguração do primeiro Instituto de Medicina Tropical do NE
Na última sexta-feira, a UFRN inaugurou o primeiro Instituto de Medicina Tropical (IMT) do Nordeste – o segundo instituto do Brasil. Foram investidos na unidade R$ 2,2 milhões, recursos provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP/CT-INTRA), do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Doenças Tropicais (INCT-DT), do National Institute of Health, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
 
Para a diretora do Instituto, professora Selma Jerônimo, o objetivo é estudar e pesquisar doenças endêmicas infecciosas e infectocontagiosas, características de clima tropical, cuja incidência no século XXI representa um atraso em saúde no País. Ao ampliar a pesquisa nessa área, o IMT/UFRN irá contribuir para melhorar a capacidade diagnóstica e desenvolver vacinas em âmbito regional, adianta Selma Jerônimo.
 
Soluções para a leishmaniose, doença de chagas e hanseníase, entre outras presentes entre populações menos favorecidas no Nordeste do Brasil, poderão advir de investigação de causa e produção de medicamentos por meio de parcerias entre a UFRN, instituições de pesquisa norte-americanas, CAPES e Governo do Rio Grande do Norte.
 
Para Edna Maria Silva, pró-reitora de pós-graduação da UFRN, o Instituto será “um grande laboratório para fomentar pesquisas e a inovação, além de ser um dos braços da pós-graduação para incrementar a pesquisa científica na área de doenças tropicais. Segundo Edna, a universidade tornou-se um motor para o desenvolvimento do Estado, onde a ciência começa  se deslumbrar como algo positivo, desencadeador e impactante no desenvolvimento de todo o Nordeste brasileiro. “A preocupação da universidade é ter competência para o combate dessas doenças que assolam, principalmente, as regiões Norte e Nordeste o Brasil como um todo.” “Em um país onde pessoas morrem com dengue, leishmaniose e doença de veiculação hídrica, além de doenças comuns, é fundamental ter grandes competências para oferecer condições tanto para conhecê-las quanto criar mecanismos para seu controle.” 
 
Em referência ao tema da mesa redonda sob o título “O impacto da pós-graduação no desenvolvimento científico brasileiro”, Edna esclarece que o conhecimento é produzido exatamente na pós-graduação.
 
Impacto social do Instituto no Estado
Após  coordenar a mesa redonda, a reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz, falou ao Jornal da Ciência sobre a importância da implementação do Instituto de Medicina Tropical, que já está em fase de operação no Rio Grande do Norte. “A relevância social é enorme. O ensino e a pesquisa do instituto se dirigem às doenças dos trópicos, as chamadas doenças negligenciadas que atingem, principalmente, pessoas de baixa renda.”
 
Segundo Ângela Maria, o Instituto permitirá melhorar tanto os diagnósticos e prevenções quanto o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para combater tais doenças, que atingem o Brasil inteiro.
 
Hoje as pesquisas sobre as chamadas doenças negligenciadas são produzidas por um grupo de pesquisadores da UFRN, em uma estrutura considerada “deficitária” da universidade. Ou seja, é o mesmo grupo de pesquisadores que agora vai migrar para o Instituto.
 
O instituto será composto por uma segunda fase primeira. Ou seja, ainda este ano será criado um laboratório integrado ao hospital estadual, Giselda Trigueiro, referência no tratamento de doenças infecciosas. “É uma estrutura de pesquisa, de laboratórios, onde teremos mais condições de formar as pessoas e avançar nas pesquisas”.
 
Com recursos que superar os R$ 2,2 milhões investidos no Instituto de Medicina Tropical, as obras do laboratórios devem começar ainda neste semestre.
 
Mais informações sobre o assunto:
 
UFRN inaugura Instituto de Medicina Tropical hoje:
 
(Jornal da Ciência e UFRN)