Manifesto quer chamar a atenção de Zema para importância da ciência

Representantes de entidades ligadas à ciência e tecnologia querem que os recursos destinados à Fapemig sejam efetivamente repassados pelo governo estadual
Na noite dessa segunda-feira (7/12), uma reunião com reitores de universidades, gestores de diversas instituições de pesquisa, políticos, acadêmicos e intelectuais mineiros pôs em debate a defesa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O encontro terminou com a redação de um manifesto assinado por todos os participantes, que será encaminhado ao governador Romeu Zema, do Partido Novo.
Em agosto deste ano, o coletivo formado por professores e pesquisadores de instituições de ciência, tecnologia e inovação entregou ao governador de Minas uma carta com reivindicações semelhantes.
“Desde o ano passado, tivemos a suspensão de mais de 5 mil bolsas de iniciação científica pela Fapemig. O governo mandou suspender por causa do ajuste fiscal, alegando que não tinha recurso para pagar. E, ao longo do ano, fomos percebendo que vários editais foram descontinuados. A Fapemig tem um trabalho de muitos anos, financiando a pesquisa no estado de Minas Gerais e tem, também, 1% da renda líquida do Estado garantida na Constituição Mineira e isso não está sendo cumprido”, explica Zélia Profeta, diretora da Fiocruz e uma das articuladoras da reunião.
Segundo Profeta, desde janeiro de 2019, essas instituições têm se reunido para tratar desse tema. O movimento conta com o apoio do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PV) e da deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia.
“Desde então as coisas só foram piorando. A pandemia está mostrando a importância de se fazer ciência neste país, para podermos reduzir nossa dependência. Estamos tentando falar com o governador há um ano, sem sucesso”, diz.
Vitória
A diretora conta que o movimento conseguiu uma vitória. Na votação do orçamento do Estado, LOA 2021, aprovado na última sexta-feira (4/12), uma emenda determina que esse percentual de 1% das receitas líquidas correntes do Estado de Minas Gerais destinado à Fapemig possa ser repassado por meio de isenções fiscais.
“Queremos conversar com o governador a respeito disso e mostrar a importância que é fazer ciência no estado. Vários países saíram de crises por meio de investimento em educação, ciência, tecnologia e inovação. Além disso, estamos com uma pauta em defesa da Unimontes e da UEMG que são dois patrimônios do estado de Minas Gerais”.
De acordo com Profeta, na reunião, feita on-line, estiveram presentes várias autoridades das áreas de educação, ciência e tecnologia, além do senador Carlos Viana (PSD). Antônio Anastasia, também senador pelo Partido Social Democrático enviou uma carta de apoio. O encontro teve a coordenação da Fiocruz, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e do professor Mário Neto, que já foi presidente da Fapemig e reitor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
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