MCTI anuncia 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Evento será realizado em outubro e terá como tema a difusão das ciências básicas; para a diretora da SBPC, Laila Salmen Espindola, é uma oportunidade de pesquisadores mostrarem à sociedade como chegam aos seus estudos e de crianças e jovens se verem como cientistas
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Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)

Na última segunda-feira (10/04), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou a realização da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). O evento, considerado pelo órgão ministerial o maior de divulgação científica do País, visa difundir o universo acadêmico, em uma programação espalhada por estados e municípios.

Nesse ano, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ocorrerá entre os dias 14 a 20 de outubro e terá como tema “Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável”. “O ápice da semana será em outubro, mas ela é uma construção até lá, uma grande mobilização que é preciso fazer nos parques tecnológicos, nos museus, nas escolas, nas universidades, nos institutos federais, em toda instituição que, de alguma maneira, dialogue com o conhecimento e com a inovação”, afirmou a ministra de CT&I, Luciana Santos.

A escolha da temática vem ao encontro da decisão da ONU (Organização das Nações Unidas) e da Unesco em definirem o período entre 2022-2023 como o Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável. Como o nome sugere, essa comemoração visa reconhecer a importância das ciências básicas para o cumprimento de, pelo menos, sete dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Além da presença da ministra de CT&I, Luciana Santos, o anúncio foi feito em sessão que também contou com as participações do secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, da diretora da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Laila Salmen Espindola, de representantes da Unesco, da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e de demais entidades científicas.

“A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia vem perdendo força [com o passar dos anos], e nós queremos que ela retome o tamanho que já teve. Nós já tivemos 1.506 cidades e 193 projetos aprovados. No último ano, teve a participação apenas de 580 cidades. Nós precisamos emular, precisamos estimular, para que as pessoas se sintam participantes dessa construção”, complementou a ministra.

Para a diretora da SBPC, Laila Espíndola, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é o momento dos pesquisadores demonstrarem às pessoas como são gerados seus feitos. “É a hora de explicar e provar o caminho da ciência para a construção das verdades. É contrapor as fake news, porque enquanto essas notícias falsas ostentam inverdades como virtudes, a SNCT proporciona à sociedade, durante todo o ano de sua preparação, a descoberta das façanhas da ciência.”

A especialista, que também é professora da Universidade de Brasília (UnB), destacou ainda a importância de se debater as ciências básicas em seu tema. “É uma oportunidade de, juntos, construirmos meios de harmonizar as nossas necessidades, o desenvolvimento econômico e a conservação da natureza.”

Programação começa com concurso de desenho

Como parte da programação da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o MCTI também anunciou a realização do 7º Concurso de Desenho, idealizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais.

O concurso selecionará a arte oficial que será usada como identidade visual da 20ª Semana Nacional. Estudantes do 6° a 9° ano do ensino fundamental, do ensino médio e do ensino profissionalizante de escolas públicas e privadas de todo o País podem participar.

Para a professora Laila Espíndola, cabe o incentivo à participação das crianças e adolescentes na SNCT, pois o evento pode gerar, além da aproximação do jovem com a ciência, boas memórias.

“A SNCT me lembra sempre meu filho, que conta até hoje o que viu em 2004 durante a primeira SNCT: uma tenda da Fiocruz mostrava como era feita a vacina contra a febre amarela – inoculação do vírus atenuado da febre amarela em ovos embrionados de galinha. Em outra tenda, o DNA era montado com bala jujuba, que ele comeu depois. Quando contei sobre pesquisadores que achavam que parte do DNA de um certo parasita se inseria no DNA das pessoas, ele me disse: ‘Mãe, esse professor assistiu ao Homem-Aranha’”, em referência ao personagem das histórias em quadrinhos e do cinema.

As inscrições do 7º Concurso de Desenho estão abertas e seguem até o dia 21 de maio. O vencedor ganhará uma viagem a Brasília, com direito a um acompanhante, para participar da cerimônia de abertura da 20ª Semana Nacional.

Mais informações nos sites oficiais: https://semanact.mcti.gov.br/ ou http://museu.cp.ufmg.br

Rafael Revadam – Jornal da Ciência