Meninas vencedoras

As agraciadas na categoria Meninas cientistas do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” falam sobre o reconhecimento, incentivos e perspectivas durante a Jornada da SBPC no Dia Internacional das Mulheres

Mesa-redonda “Bate-Papo Meninas nas Ciências – Premiadas no Prêmio Carolina Bori”

O Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” trouxe visibilidade e incentivo para as ganhadoras da 2ª edição que premiou a categoria “Meninas na Ciência”. A afirmação foi feita por três das seis vencedoras de 2021, durante a Jornada da SBPC no Dia Internacional das Mulheres, no dia 8 de março. A atividade foi coordenada por Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC.

Raquel Soares Bandeira, vencedora em Graduação que levou o prêmio pelo trabalho sobre “Eficácia terapêutica de uma naftoquinona contra a leishmaniose” afirma que, mesmo já tendo recebido alguns títulos e prêmio no decorrer da vida acadêmica, o Prêmio Carolina Bori lhe trouxe visibilidade. “Ele me deu respeito, inclusive da família, sem contar que as pessoas passaram a conhecer a minha história. Premiações fazem as pessoas a valorizar nossas lutas, conquistas e trabalho “, comenta.

Segundo Bandeira, por causa do prêmio, ela passou a dar entrevistas, participar de podcasts, fez uma campanha publicitária de representatividade feminina, além de ser tema de trabalho de grupo de uma turma do ensino médio. “Eles queriam uma jovem cientista e me escolheram por conta de Prêmio Carolina Bori. No trabalho abordaram meu projeto e o engajamento feminino na área. Senti um acalanto, porque a motivação do prêmio foi alcançada”, afirma Bandeira que acabou de entrar no doutorado na mesma Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que concluiu a graduação. “Nunca imaginei chegar até aqui. Mas, diante disso, acredito que sonhos podem ser alcançados e afirmo a todas as meninas que podem e devem sonhar e seguí-lo”, finaliza.

Nallanda Victoria dos Santos Martins, que ganhou menção honrosa em Ensino Médio pelo trabalho sobre “Casa de farinha: da mandioca ao bioplástico”, quando estudava no Colégio Estadual Doutor Antonio Garcia Filho, Umbaúba (SE), também afirma que sua vida mudou desde a premiação. “Eu agora estudo fonoaudiologia na Universidade Federal de Sergipe e cheguei na graduação com um amadurecimento de ideias e perspectivas para o futuro. Agora consigo vislumbrar os caminhos que posso trilhar”, afirma ela que já se envolveu em um projeto para incentivar meninas seguirem nas ciências exatas.

Martins, que teve contato com a iniciativa científica já no ensino médio, acredita que seria importante que todos pudessem ter essa vivência o quanto antes. “Isso mudou a minha vida “, afirma.

Julia Bondar, que ganhou menção honrosa em Graduação pelo trabalho sobre depressão em adolescentes, também ressalta que sua visibilidade aumentou com o Prêmio, mas que ele foi importante para mostrar que está no caminho certo no quesito carreira profissional. “No decorrer do trabalho surgem muitas dúvidas, inclusive se estamos no caminho certo”, afirma ela que hoje trabalha na empresa Spring Health, em Nova Iorque.

Nayara Stefanie Mandarino Silva, que também ganhou menção honrosa em Graduação pelo trabalho sobre “Marquês de Pombal e a Instrução Pública”, lembra que apesar dos desestímulos fez a escolha certa: cursou Letras. “O Prêmio Carolina Bori mostrou que é possível fazer pesquisa e ser reconhecida na área. Sem contar que o reconhecimento nos dá fôlego para continuar mesmo tendo problemas”, finaliza ela que está fazendo mestrado em Letras na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Veja a mesa-redonda das meninas e outras atividades da Jornada no canal da SBPC no YouTube.

Jornal da Ciência