O escândalo, o mito e o nacionalismo

Apesar da busca modernista pela “brasilidade”, a Semana de Arte Moderna não foi nacionalista. Confira na nova edição da revista Ciência & Cultura

whatsapp-image-2022-05-31-at-14-40-23Ao contrário do que muitos pensam, A Semana de Arte Moderna não foi nacionalista. A busca por uma “identidade nacional”, tão intimamente ligada ao projeto modernista, foi incorporada mais tarde pelos modernistas.

“No campo da música, basta verificar os programas de recitais que ela apresentou para constatar que não havia nela o viés nacionalista. Villa-Lobos, a personalidade musical criadora mais poderosa ali presente, até então não escrevera música que, de algum modo, buscasse configurar um caráter nacional”, explica Jorge Coli, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da Association Internationale des Critiques d’Art e da Association des Historiens de l’Art Contemporain, em artigo para a revista Ciência & Cultura.

O projeto nacionalista foi incorporado pelos modernistas nos últimos anos da década de 1920. As primeiras iniciativas podem ser observadas já em 1924, com o “Manifesto da poesia Pau-Brasil”, de Oswald de Andrade (livro Pau-Brasil, poesias, 1925). Dois anos mais tarde, porém, Oswald é criticado pelo Movimento Verde-Amarelo (que reunia Cassiano Ricardo, Menotti Del Picchia e Plínio Salgado) que o acusava de um “nacionalismo afrancesado”. Isso resultou no célebre “Manifesto Antropofágico” em 1928 — talvez o modo mais “brasileiro” de conceber o nacionalismo.

Segundo Coli, os nacionais-modernistas investiram, com os meios que possuíam, na construção cultural de uma nacionalidade, em um esforço para a institucionalização de um Brasil-nação. “Apenas, eles se esqueceram de indagar alguns pontos: o que é nacionalidade? O que é nação?”, aponta.

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