O Modernismo além de São Paulo

Para além de São Paulo, o modernismo se espalhou por todas as regiões do Brasil, revolucionando a arte, a cultura e a sociedade do País

CC-2-edicao-reportagem-O-Modernismo-além-de-São-Paulo-capa-ppdzotq333jjem7gl99fap3dgcs1y2m83s68xsrwy0A Semana de arte Moderna de 1922 foi realizada em São Paulo, mas ela não é de São Paulo. Apesar de toda a centralidade paulista dada ao evento, o fato é que já existiam intelectuais e artistas modernistas pelo Brasil afora. Isso é o que mostra a reportagem especial da segunda edição da revista Ciência & Cultura: A semana de Arte Moderna e o Século Modernista — Extensões.

A centralidade do Modernismo atribuída a São Paulo abafou por muitas décadas obras e iniciativas culturais importantes. Em Belém (PA) de 1921, um grupo de intelectuais que usufruíam do privilégio de receber notícias da vanguarda europeia antes dos portos do Sudeste criou os “Vândalos do Apocalipse” — posteriormente “Academia do Peixe Frito” — cujo mais célebre expoente era o poeta Bruno de Menezes. Em Cataguases (MG), Humberto Mauro apresentou em 1926 “Na Primavera da Vida”, sua primeira produção cinematográfica, que buscava uma linguagem no cinema nacional desvinculada da tradição francesa. É também em Cataguases que surge em 1927 a Revista Verde, periódico mensal de arte e cultura do Movimento Verde, que contava com a participação do romancista e poeta Rosário Fusco e dos poetas Ascânio Lopes e Enrique de Resende, todos considerados modernistas. Em Minas Gerais, temos também a grande pintora mineira Zina Aita, que participou da Semana de 22.

Na Bahia, três grupos são considerados precursores do Modernismo em Salvador. Um deles é a Academia dos Rebeldes, criada provavelmente em 1927 e da qual faziam parte Jorge Amado, Pinheiro Viegas, Sosígenes Costa, Guilherme Dias Gomes, Walter da Silveira, entre outros. Outro é o da revista Arco & Flexa: mensário de cultura moderna, liderado por jovens cujas idades variavam entre 16 e 22 anos, lançada em novembro de 1928. E um terceiro, que lançou em 1928 a Revista Samba, que teve apenas quatro números. No Rio de Janeiro, há grandes nomes como Lima Barreto e João do Rio, ambos precursores do modernismo por escreverem sobre o carnaval, a favela, os subúrbios, a modinha — e ainda Villa-Lobos, uma das estrelas da Semana. E esses são apenas alguns nomes.

“Com toda a certeza, podemos afirmar que a busca por uma nova consciência cultural e artística brasileira já estava em curso antes de 1922 e em outras cidades, fora de São Paulo. O Rio de Janeiro teve um papel central nesse momento, e cidades como São Luís, Recife e outras também estavam buscando formas de discutir o país republicano e pós-escravagista”, afirma Giovanna Deltry, professora de Literatura Brasileira na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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https://revistacienciaecultura.org.br/?p=2233

Ciência & Cultura