Presidente da Finep vai à SBPC para discutir a realização da 76ª Reunião Anual

No encontro, Diretoria da entidade também falou sobre o uso dos recursos disponíveis no FNDCT, com ênfase aos não-reembolsáveis

whatsapp-image-2024-01-16-at-12-16-51O presidente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Celso Pansera, esteve na sede da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Paulo, na última sexta-feira, 12 de janeiro, onde conversou com a Diretoria da entidade sobre a realização da 76ª Reunião Anual da SBPC e a destinação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o FNDCT.

“A SBPC é, do ponto de vista histórico e do conhecimento público, a entidade científica que mais tem impacto na população, e tem uma história de vincular a ação científica com a defesa da política; o, que é importante, porque, assim, a sociedade consegue perceber o que é a ciência”, afirmou Pansera, que também foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação entre os anos de 2015 e 2016.

Para o presidente da Finep, existe um desafio muito grande no País de trazer à população o impacto que a ciência tem no dia a dia de cada um, o que faz que o trabalho da SBPC seja de extrema importância.

“A SBPC é quem cumpre e quem pode cumprir um papel ainda maior nessa questão. Por isso a minha atenção de vir aqui hoje, para conversar sobre a Reunião Anual que acontecerá em Belém em julho”, complementou.

Presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro destacou a importância da Reunião Anual que será realizada na capital paraense, de 7 a 13 de julho, e do apoio da Finep para a idealização e realização do evento, que chega este ano à sua 76ª edição.

whatsapp-image-2024-01-16-at-12-20-45“A SBPC ficou muito contente de receber em sua sede a visita do ex-ministro Celso Pansera, presidente atual da Finep. Não só ele foi ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação em um momento difícil de nossa História – os meses que precederam o impeachment da presidenta Dilma – como é um dos criadores da ICTP.BR, a Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento, na qual a SBPC exerce um papel de destaque. Apresentamos as nossas demandas acerca da Reunião Anual, que não foi apoiada pela gestão governamental anterior, e que constitui a maior reunião científica da América Latina, razão pela qual ela desempenha um papel fundamental no âmbito social e político das causas da ciência.”

A Diretoria da SBPC também aproveitou o encontro para falar a respeito do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e seu desempenho para os próximos anos.

“Informou-nos o presidente da Finep que, com o pagamento dos empréstimos oriundos do FNDCT, este virá a crescer em volume nos próximos tempos, o que implica também numa maior disponibilidade de recursos tanto para a ciência em geral, na esfera dos recursos não-reembolsáveis, quanto para o desenvolvimento das empresas, na esfera do reembolsável”, pontuou Janine Ribeiro.

A SBPC vem defendendo que o Governo Federal, ao definir a destinação dos recursos do FNDCT, atribua maior percentual dos montantes aos recursos não-reembolsáveis. Os recursos reembolsáveis são aqueles que, como o nome sugere, devem ser devolvidos, ou seja, são aqueles normalmente usados em empréstimos e amortizações, dedicados mais a empresas e indústrias. Já os não-reembolsáveis são direcionados mais para a estrutura científica do País, que não opera em lógica comercial, como universidades e institutos federais.

Ao fazer o balanço da Finep em 2023, Celso Pansera ressaltou que, pela primeira vez, os recursos do FNDCT foram destinados integralmente aos projetos, ações e atividades previstas, mas existe o desafio de revisar a distribuição desses recursos.essa-hatsapp-image-2024-01-16-at-12-16-52

“Nós temos que ampliar, obviamente, a parte dos recursos não-reembolsáveis. Agora, contamos com a participação efetiva da sociedade, incluindo as representações da comunidade científica, para elaboração das estratégias com o FNDCT nos próximos anos”, disse.

Sobre 2024, o presidente da Finep afirmou que o principal foco de investimento é a infraestrutura científica. “Estamos trabalhando com a recuperação e a ampliação. Em dezembro, nós lançamos 13 editais de infraestrutura, que somam 1 bilhão e 200 milhões de reais, e estamos lançando agora outros editais para áreas mais específicas, como divulgação da ciência, conhecimento científico, recuperação de acervos e inovação. Ao longo desse ano, continuaremos lançando editais em formato contínuo”, afirmou.

Rafael Revadam – Jornal da Ciência