Reunião da SBPC: Universidades precisam de políticas favoráveis à ciência

Reunião da SBPC: Universidades precisam de políticas favoráveis à ciência

As universidades têm como missão contribuir para a evolução da sociedade, por meio do ensino, da pesquisa e das atividades de extensão. Mas esse papel, no Brasil de 2022, se mostra extremamente difícil. Burocracia, custos elevados, falta de recursos e a calamidade educacional brasileira são alguns dos obstáculos para esse processo, segundo pesquisadores participantes do 74º encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na Universidade de Brasília (UnB).

Esse foi um dos temas debatidos na mesa-redonda Os Caminhos da Inovação no Brasil. O professor da Unicamp Fernando Galembeck, com pós-doutorado em química, listou as vantagens e desvantagens do país no caminho para torná-lo mais atrativo para a inovação. Entre os fatores positivos, o docente inclui a adoção do ESG (governança ambiental, social e corporativa — em tradução livre) por vários atores do processo industrial.

Já os fatores que dificultam o processo inovador no país estão o Custo Brasil, o excesso de burocracia e ineficiência do poder público em favorecer um ambiente criativo. Outros pontos negativos são falta de infraestrutura e acompanhamento esparso dos investimentos públicos nas pesquisas de inovação.

“O que se espera que ocorra? Planejamento de ações com ênfase em temas que demandam ciência e tecnologia — que não são poucos —, e são todos passíveis de resolver, a custos relativamente baixos, para missões orientadas, tendo como foco educação, ciência e tecnologia. Isso é o que a gente espera”, argumentou Gambaleck.

Educação básica

Diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Jorge Guimarães lamentou o baixo estímulo à inovação no país. Na visão dele, isso ocorre, em parte, pela precariedade do ensino básico.

“Na educação os dados são dramáticos: 7% são analfabetos absolutos e 29% são analfabetos funcionais. Ou seja, é a geração nem-nem, que é um patrimônio do Brasil. Isso, quando a gente vai para a população negra, fica muito mais grave”, aponta.

Veja o texto na íntegra: Correio Braziliense