SBPC lamenta morte do professor Carlos Alberto Dias

Pioneiro da geofísica no Brasil, Dias foi vice-presidente da SBPC entre 1973 e 1975 e conselheiro entre 1975 e 1979 e de 1993 a 1997

professorA Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lamenta profundamente o falecimento do geofísico e professor Carlos Alberto Dias, ocorrida na manhã desse domingo, 06 de dezembro, em Macaé (RJ). Dias, que era sócio da SBPC desde 1969, foi vice-presidente da SBPC entre 1973 e 1975 e conselheiro entre 1975 e 1979 e de 1993 a 1997.

“É uma grande perda para o País e para a ciência brasileira. A SBPC se solidariza consternada com familiares, amigos e alunos do professor Carlos Alberto Dias. Ele foi um pioneiro da geofísica, responsável pela implantação da primeira pós-graduação em engenharia e exploração de petróleo no Brasil. Ressaltamos também sua marcante atuação em nossa SBPC, onde ele foi sócio por mais de 50 anos e participou ativamente de nossas atividades, como vice-presidente e como membro do Conselho. Seus feitos estão guardados e sempre serão lembrados na nossa instituição. Nossas condolências e nosso abraço carinhoso aos familiares desse brilhante geofísico paraense”, declara a entidade.

Nascido em Salinópolis, no Pará, Carlos Alberto Dias formou-se em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1961. Concluiu o mestrado e doutorado em Engenharia Geofísica na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos.

Ao retornar ao Brasil, em 1968, fixou-se em Salvador (BA), na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde participou da criação do Centro de Pesquisa em Geofísica e Geologia (CPGG/UFBA). Em 1972, atuou na criação do Instituto de Geociências (IG/UFPA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Também assessorou a Reitoria da UFPA na criação, em 1976, da Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Transferiu-se para o Pará em 1986, e lá implantou o Núcleo de Pesquisa em Geofísica do Petróleo na Universidade Federal do Pará (NPGP/UFPA), do qual foi diretor. Na Bahia e no Pará conduziu dois ambiciosos projetos de formação de mestres e doutores na área de exploração sísmica de petróleo, em convênio com Petrobras, CNPq e Finep, resultando a maioria dos quadros mais qualificados do País em geofísica, na área de petróleo.

Ao aposentar-se da UFPA, em 1993, transferiu-se para a região Norte Fluminense (Macaé/RJ). Integrante da Comissão de Planejamento da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), a convite do antropólogo Darcy Ribeiro, o professor foi o responsável pela implantação do Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP), o qual dirigiu por dez anos. Posteriormente, ocupou o posto de coordenador do Programa de Pós-graduação de Engenharia de Reservatório e de Exploração da UENF. Em 2016, Dias recebeu o título de professor emérito da UENF, onde ainda mantinha vínculos com a pós-graduação.

Diversas instituições, dentre elas a UENF e a UFBA, publicaram notas de pesar lamentando o falecimento de Dias.

O sepultamento de Carlos Alberto Dias será realizado em sua cidade natal, Salinópolis/PA, nesta quarta-feira, conforme seu desejo.

SBPC

http://www.jornaldaciencia.org.br/falecimento-de-carlos-alberto-dias-deixa-uma-lacuna-importante-na-historia-da-ciencia-brasileira/