Do luto à luta: ações da SBPC em junho

A SBPC continua alerta e atuante contra o desmonte das políticas públicas de saúde, educação, socioambientais e de ciência, tecnologia e inovação no País e em defesa da democracia, da justiça, da vida e da saúde, e dos direitos humanos. Veja as ações do 6º mês deste ano

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) continua alerta ao desmonte das políticas públicas sanitárias, científicas, educacionais e socioambientais no País, principalmente neste período de desafios profundos.

A entidade vem se posicionando firmemente desde o início da pandemia e se uniu a organizações científicas, acadêmicas e da sociedade civil em grandes frentes de defesa nas questões mais urgentes neste momento: a vida, a saúde e o SUS, a vacinação gratuita para todos, solidariedade aos mais atingidos pela crise econômica, o meio ambiente, a democracia, a ciência, a educação, entre outras.

Em janeiro, o Jornal da Ciência publicou a reportagem “Retrospectiva 2021: mais um ano do luto à luta” com as principais ações, manifestações e realizações da SBPC e suas secretarias regionais ao longo do ano passado. Dando continuidade a esta iniciativa, o Jornal da Ciência, mensalmente, atualiza nossos leitores sobre as ações da entidade para reiterar como a participação de todos é fundamental nessas lutas. Fique por dentro e faça parte!

JUNHO

No dia 3 de junho a SBPC e a ABC lançaram a página sobre o Ano Internacional das Ciências Básicas. A página será atualizada periodicamente com a programação dos eventos no Brasil; propostas de atividades já podem ser submetidas.

No mesmo dia, a SBPC lançou o volume 1 da obra “Povos tradicionais e biodiversidade no Brasil – Contribuições dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a biodiversidade, políticas e ameaças”. Intitulada “Quem são, quantos são”, a seção 1 da primeira arte do trabalho propõe uma questão que parece básica, porém é muito difícil de responder.

No dia 7 a SBPC divulgou nota cobrando medidas para localização de desaparecidos na Amazônia. No documento, entidade endossou pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pede ações federais de busca para o indigenista Bruno Pereira e para o jornalista britânico Dom Philips. Documento foi assinado por mais de 40 sociedades científicas.

No mesmo dia, a Diretoria da SBPC divulgou “Nota de repúdio contra novos bloqueios no MCTI”. “O corte em si é ultrajante e coloca em risco todo o sistema de pesquisa científica e tecnológica do País. Mas além disso, revela que a ciência se tornou alvo preferencial do governo federal, impondo ao setor uma restrição orçamentária sem paralelo no Poder Executivo”, protestou a SBPC no documento.

Em junho a Sociedade realizou quatro seminários da série “Projeto para um Brasil Novo”. No dia 8 realizou o debate sobre Mudanças climáticas. No dia 15 debateu Cultura. No dia 22, o seminário foi sobre o futuro da pós-graduação. O último, realizado dia 28 de junho, discutiu a questão indígena.

“Campanha NÃO aos cortes em Educação e Ciência!”, realizada pelas entidades científicas e acadêmicas que compõem a Iniciativa para Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br), foi lançada no dia 9. Já o painel “A responsabilidade da Economia nos cortes em Ciência e Educação: A meta é desenvolver ou subdesenvolver?”, atividade central campanha  foi realizado no dia 21.

Também no dia 9, a SBPC afirmou que julgamento sobre rol de cobertura da ANS nega Direito à Saúde. “Cuidados à saúde não podem ser negados de acordo com o interesse das operadoras de saúde, colocando em risco a vida de milhões de brasileiros”, disse.

No dia 15, SBPC, ABC e Andifes enviaram carta ao ministro Paulo Alvim em defesa da CT&I. “O mundo precisa de Ciência, o Brasil precisa de Ciência. Precisamos de um pacto com a sociedade – sinalizar a todas as pessoas para onde a nossa Ciência está caminhando. Para isso, é fundamental que seja refeito o pacto social pela CT&I e pela Educação. Ou seja, a sociedade brasileira precisa dizer claramente o que quer e o que espera da CT&I e da Educação”, escreveram no documento.

Dois dias depois, 17 de junho, SBPC e entidades da ICTP.br manifestaram indignação com assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira. No documento, as entidades científicas apontaram abandono da região pelas autoridades que têm por missão constitucional e legal protegê-la e afirmam que política atual vai contra valores mais elementares da ética e do convívio digno e humano em sociedade.

No dia 21, a SBPC protestou contra tormento infligido a menina vítima de estupro. A entidade manifestou “choque e indignação” com juíza e promotora pública do Estado de Santa Catarina que, desrespeitando o sofrimento e o direito da criança de apenas 11 anos, fizeram o possível para obrigá-la a prosseguir numa gestação resultado de violência sexual, que além disso ameaça sua saúde, dada sua tenra idade.  Mais de 20 sociedades científicas subscreveram o documento.

Dois dias depois, 23 de junho, a SBPC lançou podcast “O Som da Ciência”. Parte da estratégia de divulgação científica da entidade, a produção semanal tem como pauta Ciência, Tecnologia, Inovação e assuntos relacionados.  Além de notícias sobre a própria SBPC e suas atividades, “O Som da Ciência” trará informações e entrevistas do interesse de seu público-alvo – cientistas, pesquisadores, professores – em mais de 170 sociedades afiliadas.

No dia 27 a SBPC denunciou fobia contra as mulheres. “É nosso dever, como entidade que congrega os amigos da ciência e os defensores de nosso País, manifestarmos claramente nosso repúdio a esse ambiente tóxico, que coloca em questão valores humanos os mais importantes”, afirmou a entidade no documento. Mais de 40 sociedades científicas subscreveram a nota.

No mesmo dia a SBPC abriu matrículas para os WEBMinicursos da 74ª Reunião Anual.

A SBPC endossou no dia 28 a nota de repúdio aos ataques às comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul, assinada pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e a Articulação  Brasileira de Indígenas Antropóloges.

No mesmo dia, a Diretoria da SBPC apoia campanha #CuidemDeNossasMeninas que pressiona o Ministério da Saúde pela derrubada do novo manual sobre aborto, que quer investigar criminalmente as vítimas de violência sexual que acessam o serviço de aborto legal.

Ainda no dia 28, a SBPC participou da audiência pública que discutiu o manual “Atenção técnica para prevenção, avaliação e conduta nos casos de abortamento”, um documento divulgado pelo Ministério da Saúde como um “guia para apoiar profissionais e serviços de saúde”. No debate, a entidade foi representada por Lia Zanotta Machado, professora emérita de Antropologia da Universidade de Brasília e membro do Conselho da SBPC, que citou que a SBPC solicitou o adiamento da audiência para que fosse possível ampliar as instituições convidadas para o debate e também pediu a revogação da cartilha.

Jornal da Ciência