Celebração especial da luz

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2015 como o Ano Internacional da Luz e a maioria dos países programou eventos e exposições sobre a importância das tecnologias associadas à luz na busca de soluções para os desafios nos campos da energia, educação, agricultura e saúde. No início de janeiro, uma conferência mundial sobre física quântica, realizada nos Estados Unidos, discutiu a física de nanolasers e máquinas de calor quânticas.

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Vanderlan da Silva Bolzani: A química dos produtos naturais

Foi a vontade de se tornar pesquisadora e fazer uma química voltada para entender o funcionamento da natureza que levou Vanderlan da Silva Bolzani a deixar a casa dos pais em João Pessoa, Paraíba, em meados dos anos 1970, rumo a São Paulo para fazer seu mestrado. “Vim com a cara e a coragem”, lembra Vanderlan, que anos mais tarde se tornaria professora do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara e pesquisadora internacionalmente reconhecida por seus trabalhos na área de química de produtos naturais.

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Ecléa Bosi: Narrativas sensíveis sobre grupos fragilizados

Ecléa Bosi, professora emérita de psicologia social da USP, lida com temas de pesquisa que não figuram entre os mais explorados dentro dos estudos acadêmicos brasileiros: as leituras de operárias e as memórias de velhos, por exemplo, para ficar em apenas dois de peso decisivo em seu trabalho. Com frequência, Ecléa dirige seu olhar para grupos sociais fragilizados: pobres, mulheres trabalhadoras de baixa renda, idosos que, imersos na transformação contínua da metrópole, vão perdendo a contragosto as referências de seus percursos familiares, cotidianos, e penetrando num tempo de certo esmaecimento da consciência de sua identidade. Dos objetos escolhidos mais as personagens encontradas no processo de pesquisa, ambos aludindo ao precário e ao vulnerável e trabalhados sobre sólido chão teórico, ela construiu uma vigorosa, singular e reconhecida obra em seu campo.

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O impacto na academia

No início de 1964, o jovem médico Thomas Maack, auxiliar de ensino no Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), tinha que cumprir uma tarefa cotidiana tão prosaica quanto necessária antes de iniciar o expediente na instituição médica situada na avenida Doutor Arnaldo, zona oeste da capital paulista. Tomava o bonde na esquina das ruas da Consolação e Maria Antônia levando nos braços o material de trabalho e um cesto vermelho no qual transportava a filha de menos de 1 ano de idade, Marisa, à creche do Hospital das Clínicas, parada obrigatória antes de ir para a faculdade. Em 8 de junho daquele ano, pouco mais de dois meses após o golpe militar, o médico de 28 anos foi preso em seu laboratório, acusado de atividades subversivas dentro da universidade. Entre as “provas” de atuação esquerdista figurava a cor do cesto usado para carregar a filha.

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Marcas profundas

Passaram-se cinco décadas, outras tantas se passarão e o golpe de 1964 permanecerá selando nossa realidade. Quem o diz é o saber científico acumulado em anos de artigos, livros publicados e projetos de pesquisa nas melhores instituições de ensino do país. Parte do que somos, do que poderíamos ser e do que jamais seremos está ligada à herança do regime militar no Brasil. De um lado, caminhamos para a sétima eleição presidencial democrática e podemos celebrar o fato de ter tido um professor exilado, um líder sindical preso na ditadura e uma guerrilheira presa e torturada ocupando o posto máximo da República. De outro, muito do que ainda nos falta como nação se deve a um Estado e a uma sociedade que não se desfizeram das amarras e armadilhas do passado.

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